O filme mais esperado da década, de uma franquia que marcou a infância de todos, desde o fundamental se falava sobre esse filme, mas afinal valeu a pena a espera?
Não, o filme é chato, não dá medo nenhum, os personagens são chatos e nem o springtrap foi interessante
Five Nights at Freddy's review
Posted : 1 year ago on 7 November 2023 02:06 (A review of Five Nights at Freddy's)0 comments, Reply to this entry
The Midnight Library review
Posted : 1 year, 1 month ago on 11 September 2023 07:54 (A review of The Midnight Library)"Viver é sofrimento" biblioteca da meia noite foi um achado interessantíssimo em meio a tantos livros tediosos e pseudofilosóficos. Aqui nós topamos com Nora Seed, uma mulher que fracassou na vida e decide que irá tirar a própria vida mas no dia em que tenta consumar o ato acaba indo parar em uma espécie de sala onde é instruída por uma bibliotecária de meia idade a escolher uma das milhares de vidas que ela poderia ter em universos alternativos.
Assim Nora poderia escolher outras vidas, vidas essas onde ela não teria "fracassado" entre aspas, assim tendo uma espécie de segunda chance.
Esse livro ainda não foi adaptado(até onde eu sei) mas eu tenho certeza que quando for será uma experiência interessante, o livro planta um cenário filosófico que nos põe para pensar em questões existenciais bem delicadas de uma forma que é impossível não se colocar na situação da protagonista. Cada um de nós tem ou já teve um sentimento de arrependimento, de ter negado e se arrependido depois onde criamos todo um cenário na nossa cabeça onde teríamos aceitado.
Mas além disso o livro aborda uma questão essencial pra qualquer ser humano, as nuances do sucesso e do fracasso, Nora por toda a sua vida foi um fracasso, nisso vivendo em uma vida onde ela realizou os sonhos dela ela certamente estaria feliz não? O caso é que Nora em suas outras realidades terminou arrependida de todas as formas pois em todas as realidades ela teve que lidar com o sofrimento emocional, físico e até espiritual.
Esse livro em miúdos seria algo como o episódio 26 de evangelion onde shinji se vê em outra realidade e como seria se ele agisse de outro modo. No caso de Nora o que realmente faltava nela como um todo é o amor ao próximo e não o sucesso material em si. Ela atribuía ao seu fracasso como pessoa por não ter conquistado fama ou sucesso quando na verdade ela mesma não conseguia criar nenhum vínculo e estava emocionalmente perdida em um marasmo de depressão, presa a um passado que ela não poderia mudar.
Nisso o livro brilha descrevendo psicologicamenre o estado de Nora.
O livro também explora um tema essencial pra nossa geração, que é a questão de se comparar com os outros.
O efeito nefasto das redes sociais afetou muita gente e é difícil não se pegar vendo a vida dos outros e não comparar com a sua, você sempre vai estar insatisfeito, isso é uma característica humana e as redes sociais exploram isso de forma que a pessoa se sente até péssima por não ter milhões de seguidores ou uma ferrari.
Nora se comparava demais com as outras pessoas e esquecia de ser ela mesma, de aproveitar o tempo que ela tinha fazendo as coisas que a agradavam. Sem mais, a filosofia do livro é perfeita, sem tirar nem por, o grande problema que eu vi no geral são os personagens secundários que não são tão profundos ou sequer são simpáticos como o irmão da Nora. O livro também é um pouco prolixo em algumas partes e o final é literalmente explicado, o que não é exatamente um problema e até considero o discurso final de Nora algo genuíno e catártico. De novo comparando com quando Shinji se liberta da instrumentalização.
É um bom livro, melhor que Querida Kombini, não chega a ser um nível 9/10, mas sem dúvidas é uma obra reflexiva e honesta em suas questões e concordo bastante com a mensagem final. Também me agrada que não haja militância lgbt ou propaganda progressista e se tem é imperceptível.
7/10
Assim Nora poderia escolher outras vidas, vidas essas onde ela não teria "fracassado" entre aspas, assim tendo uma espécie de segunda chance.
Esse livro ainda não foi adaptado(até onde eu sei) mas eu tenho certeza que quando for será uma experiência interessante, o livro planta um cenário filosófico que nos põe para pensar em questões existenciais bem delicadas de uma forma que é impossível não se colocar na situação da protagonista. Cada um de nós tem ou já teve um sentimento de arrependimento, de ter negado e se arrependido depois onde criamos todo um cenário na nossa cabeça onde teríamos aceitado.
Mas além disso o livro aborda uma questão essencial pra qualquer ser humano, as nuances do sucesso e do fracasso, Nora por toda a sua vida foi um fracasso, nisso vivendo em uma vida onde ela realizou os sonhos dela ela certamente estaria feliz não? O caso é que Nora em suas outras realidades terminou arrependida de todas as formas pois em todas as realidades ela teve que lidar com o sofrimento emocional, físico e até espiritual.
Esse livro em miúdos seria algo como o episódio 26 de evangelion onde shinji se vê em outra realidade e como seria se ele agisse de outro modo. No caso de Nora o que realmente faltava nela como um todo é o amor ao próximo e não o sucesso material em si. Ela atribuía ao seu fracasso como pessoa por não ter conquistado fama ou sucesso quando na verdade ela mesma não conseguia criar nenhum vínculo e estava emocionalmente perdida em um marasmo de depressão, presa a um passado que ela não poderia mudar.
Nisso o livro brilha descrevendo psicologicamenre o estado de Nora.
O livro também explora um tema essencial pra nossa geração, que é a questão de se comparar com os outros.
O efeito nefasto das redes sociais afetou muita gente e é difícil não se pegar vendo a vida dos outros e não comparar com a sua, você sempre vai estar insatisfeito, isso é uma característica humana e as redes sociais exploram isso de forma que a pessoa se sente até péssima por não ter milhões de seguidores ou uma ferrari.
Nora se comparava demais com as outras pessoas e esquecia de ser ela mesma, de aproveitar o tempo que ela tinha fazendo as coisas que a agradavam. Sem mais, a filosofia do livro é perfeita, sem tirar nem por, o grande problema que eu vi no geral são os personagens secundários que não são tão profundos ou sequer são simpáticos como o irmão da Nora. O livro também é um pouco prolixo em algumas partes e o final é literalmente explicado, o que não é exatamente um problema e até considero o discurso final de Nora algo genuíno e catártico. De novo comparando com quando Shinji se liberta da instrumentalização.
É um bom livro, melhor que Querida Kombini, não chega a ser um nível 9/10, mas sem dúvidas é uma obra reflexiva e honesta em suas questões e concordo bastante com a mensagem final. Também me agrada que não haja militância lgbt ou propaganda progressista e se tem é imperceptível.
7/10
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The Super Mario Bros. Movie review
Posted : 1 year, 5 months ago on 24 May 2023 05:26 (A review of The Super Mario Bros. Movie)bom, acho que é redundante apontar os erros desse filme, isso é conveniência, excesso de referências, atropelo de acontecimentos, frases de efeito e um montão de coisa já que parece que esse roteiro foi feito em um dia, eu nem anotei nada quando fui ver, na verdade eu queria ter a melhor experiência possível e o incrível é que realmente foi uma experiência boa, isso é não é um filme complexo e ele nunca se vendeu como tal, o que não é um problema pra mim que ultimamente tenho dado mais valor as obras mais simples, e é isso, Mario é uma experiência simples e feita para te entreter, sem nenhuma agenda política como é de costume em alguns casos, aqui há uma narrativa simples muito rushada que apela a nostalgia. SOLO
6/10
6/10
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Breaking Bad review
Posted : 1 year, 6 months ago on 5 May 2023 07:22 (A review of Breaking Bad)Breaking bad foi e é até hoje a melhor série já escrita, a série tem uma das melhores construções de um protagonista que eu já vi desde crime e castigo, a evolução de Walter White para Heisenberg é espetacular e é bem evidente que a série recebeu muitas influências de outras obas como os bons companheiros, cães de aluguel e etc. Breaking bad conta uma história de desenção e decadência de um professor de química que descobre que tem câncer e que não tem dinheiro para pagar o tratamento ao mesmo tempo que está rodeado de contas e problemas familiares, com sua esposa apática e com um filho deficiente Walter acaba surtando e se envolvendo com o crime para pagar as contas, isso é, a justificativa inicial que ele nos dá, é introduzido ao mundo do crime por Jesse Pinkman, um jovem drogado que abandonou a escola para ficar fumando o dia inteiro e por conta do seu comportamento ele acabou sendo expulso de casa, juntos Jesse e Walter formam a maior dupla de venda de metafetamina onde cruzam com o caminho de vários traficantes e criminosos perigosos até ambos se afundarem em um mar de decadência e assassinatos desenfreados. Fora Jesse e Walter temos outros personagens igualmente memoráveis como Saul Goodman, um advogado corrupto, Gus Fring que é o maior traficante e o melhor vilão da série, Mike Ermantraut um pistoleiro que serve a Gus e ao narcotráfico entre outros personagens igualmente problemáticos.
Breaking Bad em um contexto simples seria uma série comum sobre criminosos e traficantes com cenas genéricas de ação, mas a série vai além e nos mostra uma realidade bem distinta do que estamos acostumados a ver em filmes americanos, Walter é o típico cidadão americano que trabalha em um emprego ruim como professor, uma família totalmente apática e carente de comunicação vivendo em um estresse infinito vendo todo o seu talento ser desperdiçado tendo até que trablhar em dois empregos para equilibrar as contas, Walter é o retrato da desilução com o sonho americano, aquele sonho que antes era pintado com tanto otimismo, que ele acreditou durante toda a sua vida e que era o caminho correto a se seguir, mas na realidade ele estava bastante frustrado, o que o levou a cometer tantos crimes. É um caso parecido com Raskolnikov de Crime e Castigo.
Assim como Walter, Raskolnikov se via como um gênio, alguém que estava acima dos outros e que se via como apto para julgar as pessoas, Raskolnikov via para si um futuro brilhante e sempre esperou ser reconhecido por isso, em Breaking Bad Walter não só se via como um gênio como ele de fato era, mas mesmo sendo brilhante na sua área ele nunca conquistou nada de realmente grande e via dia a dia o seu talento ser desperdiçado. No caso de Raskolnikov ele caiu em um niilismo que foi preenchido por uma ideologia revolucionária, já Walter caiu em um niilismo crônico perdendo totalmente a sua moralidade.
Jesse por outro lado é o retrato da juventude anos 2000 altamente viciado em drogas, em video-games e qualquer coisa que estimule a mente dele, o Jesse é o retrato de uma juventude falida bastante influenciada pela cultura punk, crunge e derivados, óbvio que isso é uma realidade muito mais palpável no Brasil do que nos Estados Unidos, de qualquer forma é o personagem que mais tem insights interessantes e é notável que ele tem um senso de honra bem maior que o Walter demonstrando que no fundo bem lá no fundo ele não é tão criminoso.
Outro personagem que chama a atenção é Saul Goodman, Saul é um advogado corrupto como qualquer advogado de porta de cadeia, ele manipula, mente e distorce tudo para favorecer o seu lado e o lado dos seus, parente distante de agostinho carrara Saul é o personagem que move a trama praticamente e que eu vou desenvolver melhor quando eu lançar o meu vídeo sobre Better Call Saul. Ou seja, Breaking Bad está lotado de personagens que você pode encontrar facilmente na vida real
Mas nesse vídeo eu queria me concentrar mais no Walter White e no seu complexo de frustração, a parte da motivação de Walter é a parte mais interessante de se analisar, afinal de contas por que ele entrou nessa vida? Foi apenas por frustração? Por não ter dinheiro pra pagar o tratamento de câncer? A verdade é que como ele mesmo diz "eu nunca me senti tão vivo" ele jamais se arrependeu de todos os crimes que cometeu e chegou inclusive a comentar sobre "eu tive muito medo durante toda a minha vida, 50 anos, medo do que podia acontecer, mas desde o meu diagnóstico eu consigo dormir bem" Walter seria um caso de um homem que nunca conquistou nada relevante e que nos seus últimos anos de vida decidiu ligar o automático e não viver mais baseado na ansiedade ou no medo, uma vida sem brilho e medíocre, essa parte da série me lembra bastante Um dia de Fúria. em resumo Breaking Bad é a minha série favorita, é a melhor coisa que Hollywood já produziu desde Os bons Comapnheiros.
Breaking Bad em um contexto simples seria uma série comum sobre criminosos e traficantes com cenas genéricas de ação, mas a série vai além e nos mostra uma realidade bem distinta do que estamos acostumados a ver em filmes americanos, Walter é o típico cidadão americano que trabalha em um emprego ruim como professor, uma família totalmente apática e carente de comunicação vivendo em um estresse infinito vendo todo o seu talento ser desperdiçado tendo até que trablhar em dois empregos para equilibrar as contas, Walter é o retrato da desilução com o sonho americano, aquele sonho que antes era pintado com tanto otimismo, que ele acreditou durante toda a sua vida e que era o caminho correto a se seguir, mas na realidade ele estava bastante frustrado, o que o levou a cometer tantos crimes. É um caso parecido com Raskolnikov de Crime e Castigo.
Assim como Walter, Raskolnikov se via como um gênio, alguém que estava acima dos outros e que se via como apto para julgar as pessoas, Raskolnikov via para si um futuro brilhante e sempre esperou ser reconhecido por isso, em Breaking Bad Walter não só se via como um gênio como ele de fato era, mas mesmo sendo brilhante na sua área ele nunca conquistou nada de realmente grande e via dia a dia o seu talento ser desperdiçado. No caso de Raskolnikov ele caiu em um niilismo que foi preenchido por uma ideologia revolucionária, já Walter caiu em um niilismo crônico perdendo totalmente a sua moralidade.
Jesse por outro lado é o retrato da juventude anos 2000 altamente viciado em drogas, em video-games e qualquer coisa que estimule a mente dele, o Jesse é o retrato de uma juventude falida bastante influenciada pela cultura punk, crunge e derivados, óbvio que isso é uma realidade muito mais palpável no Brasil do que nos Estados Unidos, de qualquer forma é o personagem que mais tem insights interessantes e é notável que ele tem um senso de honra bem maior que o Walter demonstrando que no fundo bem lá no fundo ele não é tão criminoso.
Outro personagem que chama a atenção é Saul Goodman, Saul é um advogado corrupto como qualquer advogado de porta de cadeia, ele manipula, mente e distorce tudo para favorecer o seu lado e o lado dos seus, parente distante de agostinho carrara Saul é o personagem que move a trama praticamente e que eu vou desenvolver melhor quando eu lançar o meu vídeo sobre Better Call Saul. Ou seja, Breaking Bad está lotado de personagens que você pode encontrar facilmente na vida real
Mas nesse vídeo eu queria me concentrar mais no Walter White e no seu complexo de frustração, a parte da motivação de Walter é a parte mais interessante de se analisar, afinal de contas por que ele entrou nessa vida? Foi apenas por frustração? Por não ter dinheiro pra pagar o tratamento de câncer? A verdade é que como ele mesmo diz "eu nunca me senti tão vivo" ele jamais se arrependeu de todos os crimes que cometeu e chegou inclusive a comentar sobre "eu tive muito medo durante toda a minha vida, 50 anos, medo do que podia acontecer, mas desde o meu diagnóstico eu consigo dormir bem" Walter seria um caso de um homem que nunca conquistou nada relevante e que nos seus últimos anos de vida decidiu ligar o automático e não viver mais baseado na ansiedade ou no medo, uma vida sem brilho e medíocre, essa parte da série me lembra bastante Um dia de Fúria. em resumo Breaking Bad é a minha série favorita, é a melhor coisa que Hollywood já produziu desde Os bons Comapnheiros.
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Flapjack era sinistro
Posted : 1 year, 6 months ago on 21 April 2023 07:17 (A review of The Marvelous Misadventures of Flapjack)FlapJack é um desenho fantástico e muito nostálgico, seu estilo de animação influenciou diretamente outros desenhos da CN como Apenas um Show e Hora de Aventura, é ao mesmo tempo um desenho simples e episódico do mesmo jeito que é um desenho sumamente obscuro e talvez um dos mais obscuros da Cartoon, já que essa emissora tem um histórico de ter desenhos com uma estética inocente e com transfundos obscuros e cinzentos. Flapjack gira em torno de um menino inocente e puro que vive algumas aventuras com um "alcóolatra" hedonista chamado Falange e uma baleia que fala, uma história simples com personagens dinâmicos, um cenário irônico e tramas simples que não ultrapassam mais que dois episódios(se é que passa) Flapjack foi um experimento, um experimento rebelde que adicionou ao mundo dos cartoons temas pesados que são passados de forma bem inocente coisa que não dá para notar quando se tem 10 ou 9 anos mas que conforme crescemos vamos nos dando conta do quão obscuro e cinza é esse desenho que por si só já é rodeado de mistérios e creepy pastas como a do gato sem olhos e etc. Flapjack aborda temas pesados como alcoolismo, hedonismo e mutilação de uma forma que ainda sim faz parecer algo infantil bastante suavizado pelo fato das tramas serem episódicas e do constante uso de analogias e simbolismos, o exemplo claro disso é o "doce" que para quem já viu a série sabe que é um paralelismo com droga e álcool onde os personagens basicamente vivem basicamente em torno de encontrar e consumir doces até desmaiar, o doce no mundo de Flapjack é o equivalente ao craque no mundo real, onde as pessoas usam com o fim de escapar daquela realidade na série é mostrada como miserável, Falange é o arquétipo do hedonista, alguém que vive para os próprios prazeres, que engana, mente e até rouba os outros apenas para saciar o seu vício em doces sem se importar com a fama, tendo uma infância péssima e triste sendo um caso bem comum de abandono. Flapjack por outro lado representa o arquétipo da pureza, da inocência que tem como base e influência um bêbado hedonista, algo quase dostoyevskiano pra ser sincero. O mundo de Flapjack é um mundo feio, corrompido e miserável, as pessoas usam o "doce" como forma de esquecer da realidade por ela ser muito dura e até fantasiam sobre um suposto lugar que é repleto de "doces" que seria basicamente um "paraíso" um lugar onde impera o prazer e é interessante como a série explora essa questão em alguns momentos como naquele episódio onde a cidade inteira quase morre por conta de desnutrição e excesso de doces, enfim, Flapjack é uma série muito mais sombria do que parece e é uma pena que tenha sido cancelada e que não tenha tido um final ou um aprofundamento maior.
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Portal review
Posted : 1 year, 7 months ago on 6 April 2023 12:07 (A review of Portal)Portal é um jogo revolucionário, muito mais pela sua gameplay envolvente envolvendo puzzles, mistérios e vários easter eggs, portal foi na época uma verdadeira evolução nos jogos de primeira pessoa que geralmente se resumia a matar ordas e mais ordas de inimigos de forma visceral, como em Counter Strike, podemos dizer que Doom foi o pioneiro nesse estilo de gameplay frenético dando pouca ênfase em utilizar o cenário para resolver puzzles, dando mais foco aos inimigos e nas formas de matar através do seu vasto arsenal, posteriormente Far Cry chegou a aprimorar esse estilo de gameplay dando mais atenção ao Stealth, em se esconder e matar os inimigos na surdina. No caso de Doom todavia havia também uma falha em usar o seu cenário como forma de transmitir sensações e sentimentos como medo e paranoia, sendo na maioria cenários aleatórios e pouco chamativos feitos apenas para encher o máximo de inimigos pro jogador matar, com foco zero na história, um shooter old-school em toda a regra. Tentativas de criar um jogo de tiro mais complexo com história e desenvolvimento na época era uma tarefa bem complicada muito mais pela limitação dos motores gráficos, muito também porque os espectadores simplesmente não queriam uma história complexa mas sim matar e destruir sem muita conversa. O primeiro experimento de um jogo de tiro em primeira pessoa focado em contar uma história mais complexa foi Half life, um jogo feito em cima do motor gráfico de Quake, que já na época representava um gigantesco avanço na tecnologia dos jogos first person, agora não mais estaríamos atirando em um papelão progamado com zero profundidade e com uma inteligência artificial quase nula. Agora temos cutscenes, modelos de inimigos 3D, armas, objetos e etc tudo em 3D, na época isso foi auge do que os jogos de computador poderiam suportar, representava a revolução dos jogos de PC, eh.... Ok, apesar de ter envelhecido de uma forma bem ruim e os personagens hoje serem mais feios e quadrados que minecraft é impossível negar que na época que saiu esses jogos 3D eram bastante impressionantes. Com o sucesso de Doom e Quake várias empresas enxergaram nesse mercado a possibilidade de farmar muito dinheiro através de um multiplayer porcamente otimizado e modos de gameplay que enjoavam em questão de minutos no clássico deathmatch, seria assim hoje em dia, mas estamos falando dos anos 90 e início dos anos 2000 quando os computadores ainda eram uma novidade para boa parte do mundo civilizado e não civilizado, época em que a indústria dos video-games estava inteiramente focada na produção de consoles estilo nintendo 64, dreamcast, saturn, sendo nessa época em que a Sony tomou o mercado de assalto com o seu revolucionário PS1 tendo literalmente o triplo de memória disponível que um cartucho de Nintendo 64. Nesse tempo, período onde a internet avançava a passos largos para ser uma realidade, onde as famosas lan houses começavam a dominar parcialmente a atenção do público mais novo que ia geralmente pra jogar jogos multiplayer... e passar mensagem troll no orkut... nessa época de expansão da indústria do PC surgiram jogos lendários como o primeiro Half-Life, um projeto ambicioso criado pelo ainda mais lendário Gabe Newell, que viu nesse ramo a oportunidade de criar um negócio bastante lucrativo, que é a venda de jogos, nessa época sequer existia coisas como uma Steam virtual e a pirataria comia solta onde os progamadores esbanjavam criatividade na criação dos tais "mods" versões modificadas de jogos famosos, inicialmente quem criou esse nicho de modificações do jogo original(pelo menos no PC) foi Quake, um grande exemplo disso é o famoso Team Fortress que inicialmente era um mod do Quake 1, outro exemplo bem famoso é U.S Navy Seal, um dos jogos mais populares do mundo e se você provavelmente não o conhece por esse nome mas sim pelo seu nome posterior, Counter Strike.
Counter Strike foi inicialmente um mod de Quake que adiciona novas armas e novas missões mais realistas adcionando mecânicas de multiplay que foram aprimoradas posteriormente na engine de Half-Life. Falar da GoldSource é o mesmo que falar de toda a indústria de jogos do PC, foi ela que trouxe ao mundo dos video-games franquias legendárias como o primeiro Half-life, Counter Strike e Team Fortress, o projeto malando de Gabe Newell de usar a engine de Quake para fazer o seu jogo funcionou de forma maravilhosa e Half Life foi um sucesso na crítica se tornando um dos jogos mais bem avaliados da história e não era pra menos, o jogo realmente sabia como usar a sua estética sombria e misteriosa ao seu favor com vários mistérios que rondam a franquia até hoje e vendo a popularidade que o mod do seu jogo estava ganhando e em vez de agir como a Nintendo metendo processo no cidadão, a Valve por outro decide contratar os moders adquirindo assim os direitos do que hoje são uma das franquias mais lucrativas da história dos video-games, Counter Strike e Team Fortress, o impacto do primeiro Team Fortress não foi grande, na verdade o jogo era algo mais de nicho, o que realmente alavancou a Valve no mercado de jogos foi Counter Strike que virou uma das peças principais da empresa no início ao fim dos anos 2000. Mas essa não foi nem de longe a era de ouro da Empresa, a era de ouro da Valve vem com a criação da poderosa Steam, a maior loja de jogos virtuais até hoje, a Steam se tornou uma febre entre os jogadores casuais pela sua facilidade em ser usada e de contar com preços razoáveis nos jogos da plataforma oferecendo vários brindes como o modo multiplayer para vários dos seus principais jogos. Mas se você já sabe da história deve saber que eu pulei uma parte bem importante, que é Half-Life 2, simplesmente o melhor jogo da franquia disparado, sendo avaliado com notas altíssimas vencendo vários prêmios de jogo do ano lançando no mercado um dos melhores motores gráficos da história, a Source Engine.
Não tem como não elogiar o Gabe e a Valve nesse aspecto, eles criaram simplesmente a melhor engine que já existiu, o nível de otimização da Source Engine é assustador até para os dias de hoje, o seu nível gráfico nem tanto mas o fato de ser tão bem progamada e tão bem otimizada rendeu a Valve uma tonelada de clientes novos para os principais jogos da sua franquia, Left 4dead, half life 2, day of defeat e o incrivelmente flopado Counter Strike source, kkkkkkk, a Source é simplesmente magnífica, ela introduz um nível de imersão e interação com o mundo ao seu redor absurdo e tão bem otimizado que rodaria até numa calculadora. E foi assim, a Valve com as suas melhores franquias e com a sua plataforma de jogos digital que simplesmente engoliu a concorrência das outras lojas virtuais, apenas com isso eles conseguiram sustentar o seu monopolio por décadas até o surgimento de outras lojas como a Epic games. Montando na grana os executivos da Valve sem nada melhor pra fazer começou a dar atenção para desenvolvedores independentes, foi assim que oficializaram o já antes mencionado, Counter Strike, Day of Defeat(o cs da segunda guerra) left4 dead e etc, desengavetando também franquias esquecidas como o Team Fortress lançando o lendário Team Fortress 2, um dos jogos mais rentáveis que a Valve já teve, com uma estética cartunesca, gráficos mais simples e um modo de gameplay simplesmente viciante, é certo que team frotress 2 tinha o potencial para ser um dos jogos multiplayer mais jogados de todos os tempos... e de fato foi... bom, até a empresa cagar pra esse jogo e ele morrer lentamente sendo praticamente um dinossauro dos video-games hoje em dia. Mas isso é outra história, até então a Valve já estava consolidada como a maior empresa de jogos pra PC e com isso os desenvolvedores começaram a literalmente experimentar mecânicas novas, como eles sempre fizeram e assim criaram alguns jogos interessantes como o Garry's Mod, que na minha humilde opinião foi um puta desperdício de potencial, eles poderiam facilmente tranformar esse jogo num roblox da vida e farmar dinheiro infinito vendendo roupinha e mapas mas isso é outra história.
Nesse período é onde surge Portal, que inicialmente era um mod feito pra um trabalho de escola... sim, a Valve então compra os direitos do jogo e cria uma franquia em torno disso, uma franquia que levaria compartilharia o mesmo universo com a sua outra franquia, a franquia Half Life que até hoje tem bobão que acha que vai ter o terceiro jogo mas enfim, voltando ao assunto Portal era um jogo revolucionário, a sua mecânica de puzzles era realmente inovador e diferenciado, algo que ia na contra-mão dos fps genéricos que se resumiam em matar inimigos idênticos sem nenhuma variação. Bem, o que falar de Portal? É um jogo magnífico, você deve estar se perguntando o porque eu dei toda essa volta apenas pra elogiar um jogo? A resposta é muito simples, eu amo a saga Half-Life, é uma saga fantástica e mistura vários elementos geniais de ficção, Portal não é diferente já que mistura temas iguais que convergem na mesma realidade usando de forma brilhante o cenário para passar uma sensação de estar sendo vigiado, coisa que realmente acontece(e nem falo da Glados) em boa parte do jogo, toda essa atmosfera de lugar abandonado, Inteligência artificial que enlouquece estilo Odisseia no Espaço, toda essa energia estranha e paranóica que tornam esse jogo tão enigmático quanto divertido, e sim, Portal é um jogo para lá de divertido, não só pelas mecânicas diferenciadas como pelo próprio modo do jogo de seguir uma narrativa linear simples, uma coisa bem difícil de se encontrar nos dias de hoje onde o jogador tem mil objetivos e nenhum é interessante ou te dá essa sensação de recompensa, coisa que há em abundância em Portal, você não sente progressão coletando armas no god of war ou pontinhos no fifa mas você se sente bastante recompensado quando conclui um puzzle em Portal.
É esse tipo de dinâmica que me prendeu tanto ao jogo a ponto de zera-lo, sim, eu não costumo zerar jogos, na verdade ultimamente eu não tenho jogado nada, por que essa sensação de progressão e recompensa é algo que eu simplesmente não sinto mais na maioria dos jogos já que a maioria deles me colocam para fazer missões robóticas e sem graça apenas para ganhar alguns pontos. Em resumo, Portal é um jogo magnífico assim como a Valve é uma empresa fantástica e realmente me deixa triste saber que nunca vamos ter uma sequência de nenhum das franquias dessa empresa.
Counter Strike foi inicialmente um mod de Quake que adiciona novas armas e novas missões mais realistas adcionando mecânicas de multiplay que foram aprimoradas posteriormente na engine de Half-Life. Falar da GoldSource é o mesmo que falar de toda a indústria de jogos do PC, foi ela que trouxe ao mundo dos video-games franquias legendárias como o primeiro Half-life, Counter Strike e Team Fortress, o projeto malando de Gabe Newell de usar a engine de Quake para fazer o seu jogo funcionou de forma maravilhosa e Half Life foi um sucesso na crítica se tornando um dos jogos mais bem avaliados da história e não era pra menos, o jogo realmente sabia como usar a sua estética sombria e misteriosa ao seu favor com vários mistérios que rondam a franquia até hoje e vendo a popularidade que o mod do seu jogo estava ganhando e em vez de agir como a Nintendo metendo processo no cidadão, a Valve por outro decide contratar os moders adquirindo assim os direitos do que hoje são uma das franquias mais lucrativas da história dos video-games, Counter Strike e Team Fortress, o impacto do primeiro Team Fortress não foi grande, na verdade o jogo era algo mais de nicho, o que realmente alavancou a Valve no mercado de jogos foi Counter Strike que virou uma das peças principais da empresa no início ao fim dos anos 2000. Mas essa não foi nem de longe a era de ouro da Empresa, a era de ouro da Valve vem com a criação da poderosa Steam, a maior loja de jogos virtuais até hoje, a Steam se tornou uma febre entre os jogadores casuais pela sua facilidade em ser usada e de contar com preços razoáveis nos jogos da plataforma oferecendo vários brindes como o modo multiplayer para vários dos seus principais jogos. Mas se você já sabe da história deve saber que eu pulei uma parte bem importante, que é Half-Life 2, simplesmente o melhor jogo da franquia disparado, sendo avaliado com notas altíssimas vencendo vários prêmios de jogo do ano lançando no mercado um dos melhores motores gráficos da história, a Source Engine.
Não tem como não elogiar o Gabe e a Valve nesse aspecto, eles criaram simplesmente a melhor engine que já existiu, o nível de otimização da Source Engine é assustador até para os dias de hoje, o seu nível gráfico nem tanto mas o fato de ser tão bem progamada e tão bem otimizada rendeu a Valve uma tonelada de clientes novos para os principais jogos da sua franquia, Left 4dead, half life 2, day of defeat e o incrivelmente flopado Counter Strike source, kkkkkkk, a Source é simplesmente magnífica, ela introduz um nível de imersão e interação com o mundo ao seu redor absurdo e tão bem otimizado que rodaria até numa calculadora. E foi assim, a Valve com as suas melhores franquias e com a sua plataforma de jogos digital que simplesmente engoliu a concorrência das outras lojas virtuais, apenas com isso eles conseguiram sustentar o seu monopolio por décadas até o surgimento de outras lojas como a Epic games. Montando na grana os executivos da Valve sem nada melhor pra fazer começou a dar atenção para desenvolvedores independentes, foi assim que oficializaram o já antes mencionado, Counter Strike, Day of Defeat(o cs da segunda guerra) left4 dead e etc, desengavetando também franquias esquecidas como o Team Fortress lançando o lendário Team Fortress 2, um dos jogos mais rentáveis que a Valve já teve, com uma estética cartunesca, gráficos mais simples e um modo de gameplay simplesmente viciante, é certo que team frotress 2 tinha o potencial para ser um dos jogos multiplayer mais jogados de todos os tempos... e de fato foi... bom, até a empresa cagar pra esse jogo e ele morrer lentamente sendo praticamente um dinossauro dos video-games hoje em dia. Mas isso é outra história, até então a Valve já estava consolidada como a maior empresa de jogos pra PC e com isso os desenvolvedores começaram a literalmente experimentar mecânicas novas, como eles sempre fizeram e assim criaram alguns jogos interessantes como o Garry's Mod, que na minha humilde opinião foi um puta desperdício de potencial, eles poderiam facilmente tranformar esse jogo num roblox da vida e farmar dinheiro infinito vendendo roupinha e mapas mas isso é outra história.
Nesse período é onde surge Portal, que inicialmente era um mod feito pra um trabalho de escola... sim, a Valve então compra os direitos do jogo e cria uma franquia em torno disso, uma franquia que levaria compartilharia o mesmo universo com a sua outra franquia, a franquia Half Life que até hoje tem bobão que acha que vai ter o terceiro jogo mas enfim, voltando ao assunto Portal era um jogo revolucionário, a sua mecânica de puzzles era realmente inovador e diferenciado, algo que ia na contra-mão dos fps genéricos que se resumiam em matar inimigos idênticos sem nenhuma variação. Bem, o que falar de Portal? É um jogo magnífico, você deve estar se perguntando o porque eu dei toda essa volta apenas pra elogiar um jogo? A resposta é muito simples, eu amo a saga Half-Life, é uma saga fantástica e mistura vários elementos geniais de ficção, Portal não é diferente já que mistura temas iguais que convergem na mesma realidade usando de forma brilhante o cenário para passar uma sensação de estar sendo vigiado, coisa que realmente acontece(e nem falo da Glados) em boa parte do jogo, toda essa atmosfera de lugar abandonado, Inteligência artificial que enlouquece estilo Odisseia no Espaço, toda essa energia estranha e paranóica que tornam esse jogo tão enigmático quanto divertido, e sim, Portal é um jogo para lá de divertido, não só pelas mecânicas diferenciadas como pelo próprio modo do jogo de seguir uma narrativa linear simples, uma coisa bem difícil de se encontrar nos dias de hoje onde o jogador tem mil objetivos e nenhum é interessante ou te dá essa sensação de recompensa, coisa que há em abundância em Portal, você não sente progressão coletando armas no god of war ou pontinhos no fifa mas você se sente bastante recompensado quando conclui um puzzle em Portal.
É esse tipo de dinâmica que me prendeu tanto ao jogo a ponto de zera-lo, sim, eu não costumo zerar jogos, na verdade ultimamente eu não tenho jogado nada, por que essa sensação de progressão e recompensa é algo que eu simplesmente não sinto mais na maioria dos jogos já que a maioria deles me colocam para fazer missões robóticas e sem graça apenas para ganhar alguns pontos. Em resumo, Portal é um jogo magnífico assim como a Valve é uma empresa fantástica e realmente me deixa triste saber que nunca vamos ter uma sequência de nenhum das franquias dessa empresa.
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Three Sisters review
Posted : 1 year, 7 months ago on 18 March 2023 12:51 (A review of Three Sisters)Eu realmente devo declarar minha culpa em relação a Chekhov, dos primeiros contos que li dele me causaram uma má impressão, pensei ao ler os contos separados que se tratasse de um autor genérico voltado a comédia sem nenhuma substância transcendente ou o mínimo de genialidade vindo de um autor que é considerado um dos melhores da Rússia, foi apenas lendo A Gaivota e Três Irmãs que essa impressão sumiu, apesar de que ainda acho que Chekhov é pretensioso tratando de certos temas como ecologia e feminismo, se tratando de temas filosóficos ele se sobressai sobre a maioria dos ditos existencialistas, 3 irmãs está dotado de vários temas e reflexões potentes sobre o valor da vida, do imanentismo, sobre se vamos ser esquecidos, sobre as inseguranças do amanhã. Se vamos ou não ser esquecidos, há uma busca notória do metafísico nessa peça.
9/10
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Story of the Eye review
Posted : 1 year, 8 months ago on 12 March 2023 05:10 (A review of Story of the Eye)Mais uma recomendação do reddit/4chan, sendo bem sincero esse livro não me chocou, é nojento, grotesco e cheio de gore e fetiche bizarro, mas não é nada que eu já não tenha topado na internet, as cenas gore tem em vários filmes, os fetiches bizarros tem em animes como urotsukdoji, aqui o autor tentou ser um marquês de sade 2 mas meh. Basicamente o livro gira em torno de um casal que sofre de parafilias bizarras como colocar comida nas nádegas e acho que não preciso me esticar tanto sobre esse assunto, são 100 páginas de puro gore, fetiche, parafilia e um monte de coisas edgy, uma tentativa constante de choque, a conclusão também é bem óbvia, um deles se mata e necrofilia e etc etc. Literatura erótica não é o meu gênero favorito que digamos(mesmo tendo bons autores do ramo) esse eu vejo como tentativa de choque e gore aleatório
2/10
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Remake da resenha de Irmãos Karamazov
Posted : 1 year, 8 months ago on 10 March 2023 01:12 (A review of The Brothers Karamazov )Refiz minha resenha de Irmãos Karamazov porque a primeira ficou meio ruim com o tempo então estou aqui para revisar novamente a minha obra favorita da ficção: Irmãos Karamazov é sem sombra alguma de dúvidas a obra prima máxima da literatura, por razões que variam de pessoa pra pessoa, para Freud os personagens representam os modelos psicológicos mais profundos, para Sartre representa a base do existencialismo, para Camus representa o pico sobre as dúvidas e questões existenciais e sobre o valor da vida, para Nietzche era ambos, é uma virtude que poucos autores conseguiram que é encantar mesmo aqueles que estão distantes ideologicamente de Dostoyevsky sendo recomendado inclusive por autoridades católicas. Irmãos Karamazov é uma dessas obras que te marcam, digamos assim que há uma variedade de obras que podem sim causar reflexões, ideias e etc mas poucas realmente tem o poder de te lapidar como pessoa reformando os seus conceitos de vida e fé, antes de Dostoyevsky eu posso dizer que tinha uma visão bem simplória da realidade e um tanto materialista, isso mudou com obras como O Idiota, Memórias da casa dos Mortos e Notas do Submundo. Irmãos Karamazov nos ensina sobre o valor da vida, o valor de Deus e de como o amor ao próximo é a peça vital que une a ética a metafísica a outras questões e sobre como a falta do mesmo resulta em um caos, como ele mesmo refere "não há ética em um lugar onde não há amor" e vemos no romance a aplicação prática de tudo isso, no romance conhecemos a família Karamazov, uma família quebrada com o patriarca Fyodor sendo um canalha mesquinho e uma das representações mais puras de uma alma sem amor ao próximo que vive para realizar os próprios prazeres em detrimento de tudo ao seu redor, Fyodor é um personagem hedonista, preguiçoso, rancoroso e mesquinho, tudo o que ele faz é para si, uma pessoa repugnante que já perdeu totalmente a fé e a ética.
Temos também Dimitri, que é o mais velho, um caso parecido a seu pai, igualmente hedonista e com impulsos violentos, Dimi é mais uma vítima da má criação de Fyodor do que qualquer coisa, vítima do alcolismo e dos jogos Dimi é na história a representação da falta de direção, é uma boa pessoa mas que tomou muitas decisões ruins na vida, ele também representa uma parte da vida do próprio Dostoyevsky, uma parte de sua vida onde ele caiu no vício dos jogos, do álcool e de mulheres ruins que inclusive é representado em seu outro romance "O Jogador"(outra pérola dele). Dimi é nesses detalhes um personagem trágico que de certa maneira representa a falta de um rumo, de um destino ou de algo além para se guiar, tipos como o dele são bastante comuns nos homens de hoje e também de ontem.
Temos também Ivan Karamazov que representa toda essa tendência racionalista do final do século 19, um ateu convicto e o mais introspectivo dos outros irmãos, Ivan tem um modo de agir menos impulsivo e mais racional, igual não acredita na ética e as suas ideias influenciam nos acontecimentos da segunda parte do livro, Ivan é o que melhor representa essa ideia nietzcheana de buscar um sentido que esteja acima do transcendente, a reencarnação filosófica do ubermensch apesar de que na prática ele não tenha feito em vida nada de relevante e até se arrepende no fim, um personagem dostoyevskiano que parece ter inspirado seu personagem é o narrador de Memórias do Subsolo ou Memórias do submundo, em Memórias do submundo temos um protagonista que não acredita em nada, nem na religião nem na ciência e que não crer em nada que não seja o seu próprio ego, uma representação ficcional das ideias de Max Stirner e do egoismo racional que vinha ganhando força com figuras como Piotr Kropotkin e etc. Ivan ao que parece é uma progressão disso, uma evolução, alguém que sofria por questões existenciais e que busca durante parte da obra transcender esse estado de inércia e falta de sentido, é como o protagonista de Taxi Driver misturado com outros vários personagens da literatura não ironicamente. Pode-se considerar Ivan como a evolução de Raskolnikov e um dos personagens mais complexos da ficção.
Por fim temos Alyosha ou Aleksei que representa a conexão com o passado cristão da Rússia, um passado que pouco a pouco é consumido pelas ideias seculares, uma Rússia que aos poucos vai se perdendo e sendo consumida pelos próprios erros que se repetem de forma ciclica. Alyosha é o irmão mais novo, cristão, no sentido mais amplo da palavra, uma pessoa gentil, honesta e mansa de coração, o personagem mais são do romance, um genuíno sofredor que tem a árdua tarefa de aturar seus irmãos. Alyosha é um modelo de santidade puro e simples, um personagem similar ao príncipe Myshkin do romane "O Idiota" um dos melhores romances sobre o cristianismo jamais escrito. Alyosha em momento algum julga seus irmãos mesmo sabendo o quão desvirtuados eles estão, tal como Cristo, sofrendo por vezes um martírio autêntico tendo até certos sintomas de autismo, podemos assim dizer que ele é o heroi dessa trama obscura, uma luz no meio das trevas, um indivíduo que não se deixou ser contaminado pelo meio, que buscou a o caminho da espiritualidade, é um engano ver Alyosha como uma propaganda cristã porque de modo algum ele é beneficiado por ser cristão, Dostoyevsky nos mostra através de Alyosha que ser cristão é um imã de problemas, em um mundo sujo, podre e corrompido a inocência e a bondade sobrevive a duras penas. Para quem é cristão Alyosha representa talvez o modelo mais próximo de santidade. Alyosha diferente de Ivan não busca uma lógica para as suas ideias, ele apenas sente que agir assim movido pela fé.
Temos outros personagens também como suposto quarto irmão, Smerdyakov, um personagem obscuro e talvez o mais difícil de digerir, encontro nele algo como uma forma melhorada do corcunda de Notredame, na obra de Vitor Hugo faltou esse aspecto psicológico e funesto que há em Irmãos Karamazov. Pra começar que Smerdyakov é fruto de um estupro praticado por Fyodor em uma moradora de rua que sofria de problemas mentais, ele é o mais recluso e com vários problemas de saúde, alguns dizem que ele representa a parte malígna de Dostoyevsky, a parte que ele quer esquecer, a parte que de acordo com a análise de Freud(análise bem contestada diga-se) ele representa Dostoyevsky e sua relação com o seu pai(que era péssima diga-se) ao que diz Freud Smerdyakov é Dostoyevsky, se caso ele tivesse seguido outra carreira, um sujeito doente, baixo, feio e que odeia seu próprio pai. Eu tendo a enxergar além, vejo que o personagem do Smerdyakov é uma denúncia a miséria e as péssimas condições da época, tanto a história de sua mãe quanto a sua própria, é o personagem mais obscuro do romance. Smerdyakov representa no geral a revolta dos miseráveis.
Temos outros personagens também como o tio Gregorio, outro exemplo de cristandade e por fim temos Starietz Zósima que é a voz ideológica do romance, Zósima acredita em uma ideia religiosa proveniente da igreja ortodoxa russa, uma ideia de entrega a Cristo, de que o sofrimento purifica e que nos aproxima de Deus, basicamente ele é o vínculo que liga diretamente às antigas tradições religiosas que foi se perdendo com o secularismo. Como um padre que tem contato direto com a pobreza e o sofrimento da população miserável da época, sendo tanto em aspectos objetivos como teóricos um teólogo. Sua teologia se assemelha um pouco com a teologia agostiniana com toques de misticismo russo. Isso é uma das características de Irmãos Karamazov, é mais que apenas um romance comum da época, é um genuíno retrato da Rússia pré-revolução, um lugar de muita pobreza, crimes, violência, alcolismo, misticismo religioso e abandono geral, isso é bem fácil de analisar quando você lê outros autores como Sholokov, Gogol, Andreyev e etc, a Rússia é um país com uma história milenar interessantíssima e ao mesmo tempo trágica.
Mas afinal, sobre o que é Irmãos Karamazov? Até aqui falei apenas sobre os personagens, mas sobre o livro em si? Podemos dizer que Irmãos Karamazov é sobre o valor do transcendente na humanidade e sobre como estamos perdidos sem ele, a necessidade do metafísico, também é um romance social que denuncia muitas coisas tristes e obscuras, uma obra antiescapista também porque se analisarmos cada personagem busca encontrar em mundos imaginários uma fuga para a tristeza em que cada um vive, também é um romance religioso que também é um romance existencial pela quantidade diálogos e questões que são debatidas a exaustão pelos personagens. Esse livro também nos coloca para refletir sobre a humanidade, sobre a natureza humana e sobre como podemos nos tornar prisioneiros de nossos vícios, paixões e ideias, que mesmo nas trevas é possível encontrar a luz que viver é sofrer e sofrer é viver e o sofrimento purifica o espírito.
Temos também Dimitri, que é o mais velho, um caso parecido a seu pai, igualmente hedonista e com impulsos violentos, Dimi é mais uma vítima da má criação de Fyodor do que qualquer coisa, vítima do alcolismo e dos jogos Dimi é na história a representação da falta de direção, é uma boa pessoa mas que tomou muitas decisões ruins na vida, ele também representa uma parte da vida do próprio Dostoyevsky, uma parte de sua vida onde ele caiu no vício dos jogos, do álcool e de mulheres ruins que inclusive é representado em seu outro romance "O Jogador"(outra pérola dele). Dimi é nesses detalhes um personagem trágico que de certa maneira representa a falta de um rumo, de um destino ou de algo além para se guiar, tipos como o dele são bastante comuns nos homens de hoje e também de ontem.
Temos também Ivan Karamazov que representa toda essa tendência racionalista do final do século 19, um ateu convicto e o mais introspectivo dos outros irmãos, Ivan tem um modo de agir menos impulsivo e mais racional, igual não acredita na ética e as suas ideias influenciam nos acontecimentos da segunda parte do livro, Ivan é o que melhor representa essa ideia nietzcheana de buscar um sentido que esteja acima do transcendente, a reencarnação filosófica do ubermensch apesar de que na prática ele não tenha feito em vida nada de relevante e até se arrepende no fim, um personagem dostoyevskiano que parece ter inspirado seu personagem é o narrador de Memórias do Subsolo ou Memórias do submundo, em Memórias do submundo temos um protagonista que não acredita em nada, nem na religião nem na ciência e que não crer em nada que não seja o seu próprio ego, uma representação ficcional das ideias de Max Stirner e do egoismo racional que vinha ganhando força com figuras como Piotr Kropotkin e etc. Ivan ao que parece é uma progressão disso, uma evolução, alguém que sofria por questões existenciais e que busca durante parte da obra transcender esse estado de inércia e falta de sentido, é como o protagonista de Taxi Driver misturado com outros vários personagens da literatura não ironicamente. Pode-se considerar Ivan como a evolução de Raskolnikov e um dos personagens mais complexos da ficção.
Por fim temos Alyosha ou Aleksei que representa a conexão com o passado cristão da Rússia, um passado que pouco a pouco é consumido pelas ideias seculares, uma Rússia que aos poucos vai se perdendo e sendo consumida pelos próprios erros que se repetem de forma ciclica. Alyosha é o irmão mais novo, cristão, no sentido mais amplo da palavra, uma pessoa gentil, honesta e mansa de coração, o personagem mais são do romance, um genuíno sofredor que tem a árdua tarefa de aturar seus irmãos. Alyosha é um modelo de santidade puro e simples, um personagem similar ao príncipe Myshkin do romane "O Idiota" um dos melhores romances sobre o cristianismo jamais escrito. Alyosha em momento algum julga seus irmãos mesmo sabendo o quão desvirtuados eles estão, tal como Cristo, sofrendo por vezes um martírio autêntico tendo até certos sintomas de autismo, podemos assim dizer que ele é o heroi dessa trama obscura, uma luz no meio das trevas, um indivíduo que não se deixou ser contaminado pelo meio, que buscou a o caminho da espiritualidade, é um engano ver Alyosha como uma propaganda cristã porque de modo algum ele é beneficiado por ser cristão, Dostoyevsky nos mostra através de Alyosha que ser cristão é um imã de problemas, em um mundo sujo, podre e corrompido a inocência e a bondade sobrevive a duras penas. Para quem é cristão Alyosha representa talvez o modelo mais próximo de santidade. Alyosha diferente de Ivan não busca uma lógica para as suas ideias, ele apenas sente que agir assim movido pela fé.
Temos outros personagens também como suposto quarto irmão, Smerdyakov, um personagem obscuro e talvez o mais difícil de digerir, encontro nele algo como uma forma melhorada do corcunda de Notredame, na obra de Vitor Hugo faltou esse aspecto psicológico e funesto que há em Irmãos Karamazov. Pra começar que Smerdyakov é fruto de um estupro praticado por Fyodor em uma moradora de rua que sofria de problemas mentais, ele é o mais recluso e com vários problemas de saúde, alguns dizem que ele representa a parte malígna de Dostoyevsky, a parte que ele quer esquecer, a parte que de acordo com a análise de Freud(análise bem contestada diga-se) ele representa Dostoyevsky e sua relação com o seu pai(que era péssima diga-se) ao que diz Freud Smerdyakov é Dostoyevsky, se caso ele tivesse seguido outra carreira, um sujeito doente, baixo, feio e que odeia seu próprio pai. Eu tendo a enxergar além, vejo que o personagem do Smerdyakov é uma denúncia a miséria e as péssimas condições da época, tanto a história de sua mãe quanto a sua própria, é o personagem mais obscuro do romance. Smerdyakov representa no geral a revolta dos miseráveis.
Temos outros personagens também como o tio Gregorio, outro exemplo de cristandade e por fim temos Starietz Zósima que é a voz ideológica do romance, Zósima acredita em uma ideia religiosa proveniente da igreja ortodoxa russa, uma ideia de entrega a Cristo, de que o sofrimento purifica e que nos aproxima de Deus, basicamente ele é o vínculo que liga diretamente às antigas tradições religiosas que foi se perdendo com o secularismo. Como um padre que tem contato direto com a pobreza e o sofrimento da população miserável da época, sendo tanto em aspectos objetivos como teóricos um teólogo. Sua teologia se assemelha um pouco com a teologia agostiniana com toques de misticismo russo. Isso é uma das características de Irmãos Karamazov, é mais que apenas um romance comum da época, é um genuíno retrato da Rússia pré-revolução, um lugar de muita pobreza, crimes, violência, alcolismo, misticismo religioso e abandono geral, isso é bem fácil de analisar quando você lê outros autores como Sholokov, Gogol, Andreyev e etc, a Rússia é um país com uma história milenar interessantíssima e ao mesmo tempo trágica.
Mas afinal, sobre o que é Irmãos Karamazov? Até aqui falei apenas sobre os personagens, mas sobre o livro em si? Podemos dizer que Irmãos Karamazov é sobre o valor do transcendente na humanidade e sobre como estamos perdidos sem ele, a necessidade do metafísico, também é um romance social que denuncia muitas coisas tristes e obscuras, uma obra antiescapista também porque se analisarmos cada personagem busca encontrar em mundos imaginários uma fuga para a tristeza em que cada um vive, também é um romance religioso que também é um romance existencial pela quantidade diálogos e questões que são debatidas a exaustão pelos personagens. Esse livro também nos coloca para refletir sobre a humanidade, sobre a natureza humana e sobre como podemos nos tornar prisioneiros de nossos vícios, paixões e ideias, que mesmo nas trevas é possível encontrar a luz que viver é sofrer e sofrer é viver e o sofrimento purifica o espírito.
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The Seagull review
Posted : 1 year, 8 months ago on 9 March 2023 12:25 (A review of The Seagull )magnífica exploração temática sobre as frustrações e inseguranças de ser um artista, abordando vários temas transcendentes e expondo algumas reflexões sobre o valor da arte e de como isso está conectado com o próprio ser humano, algo metafísico, distinto de outras obras do Tchekov, aqui topamos com vários comentários meta do autor sobre como é difícil equilibrar a vida sendo um artista, sobre como lidar com críticas e etc sendo uma espécie de "synedoche new york" russo usando recursos metafóricos refinadíssimos para passar uma mensagem potente sobre o valor transcendente da arte.
9/10
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