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Her review

Posted : 2 years, 2 months ago on 3 March 2022 05:00 (A review of Her)

Her é um filme futurista de romance entre um humano e uma inteligência artificial, estudando as implicações que leva uma relação dessas, é um filme que pode enganar tanto os mais críticos quanto os mais leigos fazendo parecer que é um bom filme por abordar temas atuais, e de fato o filme trata de temas interessantes e modernos como escapismo, transumaníssimo, singularidade e etc. Tristemente o filme aborda esses temas de forma bem superficial e até contraditória, Her é um filme sobre um fracassado emocional chamado Theodor Crombly que após ter arruinado seu casamento é obrigado a enfrentar uma vida de solteiro promíscuo caindo em uma depressão e vazio emocional que é sanado por uma inteligência artificial chamada Samantha que basicamente é a waifu robô problemática. Inicialmente gostei muito da atmosfera do filme pelas músicas e pela qualidade das cenas principalmente pelos temas que aborda, no entanto como mencionei antes esses temas são tratados de forma bem superficial, Theodor apesar de ser interessante incialmente por ser um fracassado emocional com tendências hedonistas e promíscuas, seu personagem durante as duas putas horas de filme não muda nem aprende nada, todo o seu desenvolvimento como personagem simplesmente não existe, e isso é algo que notei de cara, o filme é estático e quase não acontece nada.

O romance entre Samantha(ia) e Theodor é o mais genérico possível, em um nível que não se diferencia em nada de qualquer outro romance random sem grandes pretensões, nem Samantha nem Theodor são interessantes ou aprendem algo porque simplesmente estão obcecados por sexo, o que cria uma atmosfera cringe já que se trata de uma inteligência artificial e não um robô ou um ser humano real. A forma como as pessoas ao redor tratam essa relação com naturalidade também é problemática porque passa a sensação de que é natural quando não é, o protagonista está literalmente usando de escapismo, uma saída fácil para os seus problemas emocionais, uma classe de mensagem que não compactuo e que o próprio filme refuta, Theodor ao ser confrontado por sua ex esposa entra em uma "crise" existencial ao se dar conta de que era um frustrado dominado por uma covardia emocional que o impede de lidar com os sentimentos das outras pessoas porque no fundo é um egoísta promíscuo, qual a diferença disso para aqueles otakus lolicons que usam bonecas e IA para evitar a realidade de estarem sozinhos e isolados do mundo? É uma mensagem que encoraja o escapismo ao mesmo tempo que te encoraja a ir atrás de mulheres reais? A mensagem é contraditória em si mesma. Tirando o fato de que Theodor termina lamentando a perda da sua waifu robô e o filme termina sem dar uma mensagem clara, qual foi o sentido disso? Duas horas de uma história tediosa em que nada ocorre.

Outro problema de Her é que explora de forma quase nula o mundo ao redor, é um mundo futurista não muito distante do nosso mundo, com inteligências artificiais capazes autônomas, o grande problema de tudo isso é que parece não ter gerado nenhuma mudança social, o mundo parece igual e sem alterações, imagine esse tipo de tecnologia de forma totalmente acessível, imagine as implicações psicológicas, sociais e espirituais que tudo isso representaria, imagine como governos e organizações poderiam usar essas inteligências para manipular o comportamento das pessoas ou mesmo para espionar? É simplesmente uma tecnologia absurdamente controversa e absolutamente nada mudou no universo de Her, possui uma exploração quase nula desses temas porque o filme está ocupado com o relacionamento cringe de Theodor e Samantha que não possui nada de especial, tira todo esse misticismo de waifu robô, substitua por uma mulher real e dará no mesmo, nada ocorre e o protagonista é tão raso que seu ápice é pensar em sexo e nada mais. Her carrega todos os anti-valores modernos que condeno e tenta romantiza-los, tenta romantizar a relação antinatural entre um homem e uma máquina, tenta romantizar escapismo, promiscuidade e demais aberrações, duas horas de filme que poderia ter facilmente 50 minutos, não recomendável

4/10


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Hunter x Hunter review

Posted : 2 years, 2 months ago on 2 March 2022 01:21 (A review of Hunter x Hunter)

Hunter x Hunter um dos mais populares animes jamais feitos, estando ao lado de animes como Yu Yu Hakusho, Cavaleiros do Zodíaco e Naruto, por que exatamente? não é difícil entender porque, é um anime padrão que carrega em sua narrativa todos os vícios e clichês dos shounens ou seja, Plot Armor, Power Ups, Conveniências, Arcos, vilões megalomaníacos e uma estética colorida típica dessas obras com um transfundo mágico. Uma das primeiras coisas que notei é como o design dos personagens são ruins e genéricos, não possuem padrões lógicos e são repetitivos como se a série fosse desenhada de qualquer maneira desrespeitando os princípios básicos de storyboard, o anime apesar de melhorar bastante as lutas ainda carrega problemas de consistência na animação, as vezes parece super fluído com detalhes grossos para em outra cena se tornar algo fino e carente de detalhes. A série em si está dividida em arcos diferentes que se perdem em um grandioso cast de personagens que no final terminam ou desaparecendo ou reaparecendo constantemente, um exemplo disso é Leório que bién, aparece no primeiro arco e é mencionado no segundo para desaparecer por quase 30 episódios, o sujeito está literalmente no pôster do anime e simplesmente some de uma temporada para outra, talvez esse seja o maior erro de Hunter X Hunter, as histórias parecem não ter coesão e nem conexão, até mesmo o arco das formigas, tão aclamado melhor arco, inicia sem antecipar nada.

Começar arcos do nada é um dos problemas mais notórios desse anime, gosto quando os autores separam as histórias de arcos de forma a cada temporada ser algo próprio com personagens próprios como em Jojo ou Gundam, diferente de HxH que simplesmente introduz seus arcos sem concluir ou progredir os personagens, por acaso todos esses arcos aproximaram Gon de reencontrar seu pai? No, todo esse tempo com pseudo mistérios e enigmas para no final tudo ser solucionado com Gon encontrando seu pai por casualidade, qual foi a utilidade de todos esses mistérios com o pai de Gon escondendo sua localização e etc? Falando de falhas, o anime é um desastre no que concerne a ritmo, não sabe se quer ser um shounen sério com transfundo sério ou apenas um shounen básico de lutas, é quase como se cada arco fosse uma série própria com personagens próprios. Falando dos personagens cabe destacar que Gon como um protagonista é bem medíocre e beira o ruim já que sua motivação em si é fraca, ele quer reencontrar seu pai e bueno só, não tem um arco explorando as consequências do abandono de Freecs ou um drama real de Gon se questionando sobre ter sido abandonado por seu pai, simplesmente todos os arcos possuem pouca ou zero conexão com a motivação de Gon.

Killua rouba o protagonismo e não é atoa já que diferente do protagonista, suas motivações são coerentes e seu arco de desenvolvimento é muito mais largo que o de Gon. Killua é um personagem simpático e com um passado interessante ao ser de uma família de assassinos, seu drama gira em torno de que não quer ser apenas um assassino e em vez disso busca criar laços para se desprender desse destino, sendo alguém egoísta e em alguns casos pode usar de artifícios nada éticos para lograr seus objetivos. Ao se aliar a Gon, busca se libertar do seu passado, é meio gay sua relação com Gon e sinceramente não é a melhor das motivações mas ainda é superior a do protagonista, o arco de sua família é totalmente inútil e não serve como complemento para nada. A melhor parte do seu desenvolvimento como personagem é sobre como supera seu passado e sobre como decide por si próprio seu destino, dando uma mensagem de que não estamos atados ao passado e que devemos buscar por conta própria nossos sentidos de vida, é muito menos complexo em execução mas ok, pelo menos um personagem do cast principal tem uma motivação decentemente explorada, o restante ou é desinteressante ou simplesmente inútil, sendo Kurapika outro personagem destacável do Cast.

Kurapika é um personagem que quer vingança após ter seu clã dizimado por mafiosos do submundo, seu arco apesar de interessante e divertido até certo ponto não ressalta nada e a moral é genérica e quita todo esse ar interessante que tinha, Kurapika entra em uma crise ao entender que está sendo dominado por um sentimento de vingança e termina desistindo do ódio ao ouvir uma ratazana dando lições de moral para ele, o que é contraditório já que Kurapika não tem mais nada já que todos seus entes queridos foram massacrados, todo esse drama de ter seu clã inteiro esquartejado não parece que o afeta de verdade porque Kurapika é um Gary Stoe que pode tudo inclusive matar o personagem mais forte da gang Hyodan, que é apesar de ter sido divertido não tira o fato de ter quitado toda a tensão já que Kurapika se  pode vencer o mais temível e sanguinário dos hyodan então por que diabos não o fez com os outros personagens? O clã Hyodan apesar de estar ser introduzido decentemente não deixa de ser algo plano e incompleto, poderia admirar a lealdade que possuem entre si, só que esse argumento morre uma vez que carecem de uma química fazendo com o arco de YorkCity um arco medíocre. Primeiro de tudo de onde Kurapika tirou todo esse poder? Literalmente passou por um treinamento rápido com um personagem introduzido de última hora que não durou nem um episódio inteiro e aliás onde estava esse cretino no arco das formigas quando havia uma ameaça realmente séria em andamento?

O restante dos personagens são genéricos ou quando não são pobremente caracterizados, são ferramentas da série para fazer humor como Palm ou Knuckle, é interessante como cada um possui motivações distintas e egoístas até certo ponto, o grande ponto que arruína tudo isso é que nenhum ressalta grandes qualidades e nem possuem um peso real na história, também não é como se esses personagens conectassem com a trama principal, gosto de obras que exploram vários personagens ao mesmo tempo como The Longest Day ou Galactic Heroes, o que diferencia esses de HxH é que os personagens conectam com o plot e a trama além de ressaltar a mensagem ontológica da série, em Galactic Heroes por exemplo todos os personagens explorados são úteis, possuem drama pessoal, motivações e crenças diferentes que catalizam e potencializam ainda mais a mensagem de que a guerra é algo cinza eliminando crenças maniqueístas de bem e mal mostrando os dois lados da guerra. HxH faz isso entretanto de forma bem simplória com as formigas representando uma raça inicialmente perversa e cruel e pouco a pouco vai subvertendo isso com os personagens desenvolvendo motivações próprias deixando de serem escravos e escolhendo ir contra o império do rei formiga, bem melhor do que a cagada que shingeki no kyojin fez com o arco de Marley, ainda sim nenhum personagem fora do vilão possuem algo especial.

Falando do vilão do arco principal Meruen, o rei das formigas quimeras, é um bom personagem, diferente dos outros vilões que são ou unidimensionais ou ferramentas para que os protagonistas superassem a si próprios(Hisoka), sendo mais ferramentas da histórias do que personagens independentes em si. Meruen tem o drama de ser um ser perfeito rei de uma raça baseada na evolução do qual foi desenhado para matar e se tornar o imperador do mundo, tratando a vida como algo mundano e inútil fazendo com que caísse em uma espiral de tédio ao não entender o propósito de toda essa matança, entendendo diferente da saga dos androides na qual os vilões matavam, massacravam pessoas aleatoriamente porque sim, aqui o vilão começa a se questionar e desenvolver uma humanidade que é bem apresentada e explorada, diferente de Demon Slayer que prefere humanizar seus vilões com flashbacks melosos, a humanização de Meruen realmente faz sentido, ainda mais quando se depara com Komugi, uma pirralha cega e catarrenta que o derrota em um jogo estilo xadrez, Komugi é a forma como Meruen enxerga a humanidade, fraca, humilde, tonta mas ao mesmo tempo motivada e decidida a viver, me agrada que esse arco não seja sobre essas filosofias merdas que dizem que o ser humano é uma praga que deve ser eliminada(buuhh como carne enquanto dou risada ao mesmo tempo que pessoas passam fome, como sou unidimensional e simples no?). O contraponto do arco é Gon que oposto a Meruen sacrifica sua humanidade e se tornando uma besta, tristemente o esse arco é ruim e cheio de falhas, primeiro que Kaito foi usado como catalizador do poder de Gon que literalmente sai do nada e serviu apenas para terminar o arco de forma apressada, não importa o quanto tentem justificar, a relação de Kaito e Gon foi muito apressada e simplesmente não faz sentido que ele fosse o catalizador da transformação já que literalmente conviveram pouquíssimo tempo para criarem um vínculo, simplesmente foi algo conveniente, antes tivesse sido Leório ou sei lá Hisoka(falando no cretino, onde esteve?). tirando esses pormenores o arco das formigas quimeras é o melhor arco de todo o anime, possui um bom vilão, Meruen é realmente imponente e assustador, suas cenas são cheias de tensão já que não sabe o que está pensando e seu desenvolvimento é quase perfeito se não fosse pelo seu final que é apressado. Reclamei que a série cometeu erros em relação aos personagens secundários mas ao mesmo tempo acertou ao dar espaço e utilizar de forma realista os personagens, é algo interessante já que o arco não é sobre Gon mas sobre todos os personagens trabalhando em equipe para vencer o vilão, e como o arco termina? Rompendo nossas expectativas, não termina com uma luta final bombástica com efeitos especiais e luzes, simplesmente o vilão termina sendo convencido pelos humanos a renunciar a matança e ao título de rei, subvertendo a fórmula padrão dos shounens, ainda que não seja uma obra prima ou algo espetacular, é genuinamente um bom arco e o melhor que a série pode oferecer porque não pretendo prosseguir a série a partir daqui.

Em conclusão, Hunter Hunter possui vários erros de premissa, tenta ter um tranfundo sério ao mesmo tempo que não deixa de ser um shounen padrão com personagens arquetípos e comédia random, sem dúvidas é nostálgico já que li o mangá ainda no fundamental, apesar de não ser uma merda pura como Naruto Shippuden ou Dragon Ball Super ainda possui coisas resgatáveis

arco do treinamento: 6/10

arco da família do killua: 5/10

arco do kurapika: 6/10

arco de greed island: 4/10

arco das formigas quimeras: 8/10

melhores personagens:
Meruen
Killua
Kurapika
Hisoka


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Phantom of the Paradise review

Posted : 2 years, 2 months ago on 21 February 2022 05:33 (A review of Phantom of the Paradise)

Phantom of the Paradise ou fantasma do paraíso, é um desses filmes psicodélicos e cults que ninguém sabe da existência, mesmo tendo o nome de Brian de Palma(Scarface, missão impossível, carry a estranha) estampado no cartaz, bueno para quem viu alguma obra de Alejandro Jodorowski ou algum filme de Glauber Rocha certamente estará familiarizado com esse estilo peculiar e experimental com trilhas de fundo postas de forma caótica propositalmente para causar uma sensação de confusão como se fosse lsd e etc, a trilha sonora é bastante memorável e diferente de outros musicais que abusam e se tornam intrusivos e anticlimáticos, aqui a música está de acordo com as situações e personagens, além de usarem roupas extravagantes que fazem parecer vilões saídos de Jojo e inclusive o protagonista parece ter sido usado de inspiração para o design de Grifith, o cenário é bem pobre e carente de recursos como efeitos especiais sendo algumas cenas feitas no improviso, a atuação é bem caricata e sinceramente é um dos motivos pelo qual não é possível levar o filme a sério e fora do protagonista apenas o vilão principal tem alguma importância, o restante soam como caricaturas, temos um cantor gay e, uma cantora do qual o protagonista se apaixona e que carece de personalidade, temos um vilão narcisista que fez um pacto com o diabo para nunca envelhecer.                                                                              

Basicamente o filme tenta ser muitas coisas, um filme de vingança, tanatofobia, narcisismo, egoísmo mesclado com algumas histórias da literatura europeia. No fim não me deixa muito do que falar já que todos esses temas apesar de serem interessantes não são possíveis de se explorar em tão somente uma hora e meia, muitos eventos são apressados e convenientes, aliás o final é conveniente também, conveniente e contraditório já que Grifith(protagonista) logra assassinar o vilão apunhalando-o sendo que foi estabelecido que enquanto o acordo estivesse ativo nem o protagonista nem o vilão poderiam morrer de modo que... É um final apressado e bem psicodélico. O filme também parece ser uma crítica as gravadoras de músicas dos anos 70 e suas burocracias e trapaças, possui um monte de temas que são pobremente explorados(na realidade nem são, apenas são mostrados) poderia ser facilmente uma série inteira contando o arco de vingança do protagonista, o pacto do vilão, os personagens narcisistas que seguem o vilão e etc, que aliás nem final possuem, literalmente são assassinados ou simplesmente somem. Em resumo não tenho muito o que dizer desse filme, para quem gosta de musicais, cults e tons psicodélicos será uma experiência interessante, se não então veja outra coisa:


6/10


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Casino review

Posted : 2 years, 2 months ago on 19 February 2022 07:05 (A review of Casino)

Casino, simplesmente assim é um filme do célebre diretor Martin Scorsese que dirigiu várias obras de peso como Taxi Driver ou Goodfellas, que são proporcionalmente parecidas na forma de narrar as histórias sendo Casino diferenciado por conter a pespectiva de dois personagens que bem acaba que Sam é o foco principal afinal de contas, mas vejo interessante essa adição, a filmagem é bonita até mesmo hoje em dia com um uso inteligente de iluminação e ângulos de câmera bem postos entre as cenas. A trilha sonora está composta por músicas populares dos anos 70, 80 e 90 e bueno é incrível como encaixam e não são invasivas, algo similar a Goodfellas, ver mafiosos sendo fuzilados ao som de The animals sempre será interessante, a atuação também não fica para trás, com um elenco padrão para os Filmes do Scorsese, ou seja Robert Deniro, Joe Pesci e etc.

Os diálogos estão repletos de palavrões, coisa que foi corrigida na versão brasileira e entendo que possa ser algo incômodo ouvir os personagens falarem "fuck" a cada dois minutos e aleatoriamente, elogios a parte também cabe destacar os cenários típicos de Las Vegas dos anos 80 e 90 que carregam esse ar nostálgico e que está bem alocado, com novamente, um excelente de trabalho de iluminação contrastando com as sombras. O roteiro é imersivo e ajudado pelos monólogos do narrador acabam criando uma atmosfera mais familiar para os mais normies, diferente de Taxi Driver por exemplo que carecia de um narrador para explicar os detalhes deixando ao telespectador entender e examinar as coisas, nesse filme por outro lado a narrativa é tão imersiva e complexa que resultou em um filme de 3 horas, geralmente me queixo da duração excessiva mas não é o caso de Casino, a duração é justificada já que percorre por uma década entre os eventos e diria que esse é um ponto alto de Casino, os times skipes são naturais e não rompem em nem um momento o raciocínio dos acontecimentos, não é como se estivessem em um ponto e do nada aparecem velhos e tristes, há toda uma construção e modelação dos personagens que está quase impecável apesar de que preferiria que o personagem de Joe Pesci fosse mais explorado, assim como Ginger e os outros mafiosos, mas isso tornaria o filme super largo ou mesmo em uma trilogia de filmes. Como um filme baseado em um livro que é baseado em uma história real é bem verossímil.

Mas fora detalhes técnicos, o quão bom é esse filme? É muito bom! Casino é um desses filmes sobre mafiosos e gangsters norte americanos a lá poderoso chefão ou scarface, abordando aqui de forma honesta sem satanizar nem romantizar a vida desse tipo de gente, Sam Rothstein é um dos personagens mais bem escritos que já vi, seu arco de decadência é progressivo e não tão gritante como em The synedoche e nem suave ou caricato como em o Lobo de Wall Street, seria ainda mais interessante se o filme explorasse como Sam chegou ao topo da sua profissão, tal como Goodfellas mas o que tem está perfeito, basicamente seu arco gira em torno sobre Sam Tendo uma vida repleta de luxuria e consumismo barato, algo que o filme critica bastante, o modo niilista e amoral dos personagens refletem basicamente em todas as suas ações, Sam é tão ganancioso e preocupado apenas com os seus negócios que venda os olhos para o desastre que se tornou a sua vida, Ginger está tão perdida em prazeres e dinheiro que se tornou uma degenerada com a mente deteriorada pelo uso de drogas, tornando-se uma personagem detestável, não por ser uma personagem ruim mas por possuir uma atitude leviana que a leva a própria destruição.

Nicky sendo um completo psicopata estúpido e drogado, a verdade é que todos os personagens são desprezíveis propositalmente, seu estilo de vida regrado por drogas, prostitutas e prazeres efêmeros os tornaram egoístas e personagens genuinamente trágicos nos dando uma mensagem sobre como o hedonismo e a luxúria podem prejudicar o ser humano, mostrando esse lado degenerado e libertino que está tão na moda atualmente. É uma crítica ao niilismo e ao estilo de vida, não é um filme sobre um final feliz com resoluções felizes nop, os personagens decaem ao ponto do não retorno, coisa que é finalizada de forma brilhante pelo fator cármico do filme, Ginger termina morrendo de overdose e sem dinheiro ou joias, Nicky é morto brutalmente da mesma forma que assassinava seus inimigos e Sam tem o final menos brutal, simplesmente termina tomado por outro trabalho parecido com o anterior perdendo tudo, mulher, dinheiro, carros e etc, um final não muito bombástico ou feliz, porque assim é a vida real, nossos atos possuem consequências e somos reféns de nossas escolhas ao fim do dia, ou não. Assim finalizo que Casino é um excelente filme, está no mesmo patamar de filmes como Poderoso Chefão, Goodfellas e etc.


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Frankenstein: or The Modern Prometheus review

Posted : 2 years, 2 months ago on 15 February 2022 04:06 (A review of Frankenstein: or The Modern Prometheus)

Frankenstein or the modern prometheus é um livro escrito pela inglesa Mary Shelley que narra a história de um cientista chamado Vitor Frankenstein que em um determinado dia decide criar um monstro que seria como um ser humano do qual seria dotado de inteligência e emoções o tornando uma espécie de Adão e Vitor uma espécie de Deus, mas o resultado termina com Vitor se arrependendo ao ver que a criatura que criou era feio e disforme como um monstro. Frankenstein tem cerca de 200 anos e ainda hoje é uma das histórias mais conhecidas e ao mesmo tempo uma das menos compreendidas ao ser distorcida por Hollywood como uma simples historieta de terror genérica, coisa que surpreendentemente não é o caso e terminou sendo uma história genuinamente trágica, psicológica e com várias mensagens filosóficas sobre a criação da vida, iluminismo e abandono. O livro começa com Walton, um capitão de um navio militar que encontra um homem velho perdido no meio de uma nevada, esse homem é Vitor Frankenstein que é salvo por Walton e sua tripulação, doente e sujo Vitor Frankenstein recebe ajuda e rapidamente se recupera onde termina formando um laço com o capitão Walton que tomado pela curiosidade não tarda em lhe fazer várias perguntas sobre o que havia ocorrido com aquele homem, Vitor então lhe explica toda a sua história do início ao fim contando desde de sua infância até a história de sua família o que dura alguns capítulos até chegar a parte onde Vitor se torna cientista e inicia suas experiências dedicando-se de corpo e alma para o seu ambicioso projeto que culminaria na criação do monstro que é popularmente confundido com Frankenstein(não é seu nome) que ao ver a luz revela um aspecto grotesco e repulsivo que impõe terror até mesmo em seu próprio criador, tomado pela angústia de ter criado tal criatura Vitor decide ignora-la e foge do lugar na esperança de que aquilo tivesse sido um sonho grotesco.

Transtornado pelo terror de haver criado algo tão monstruoso Vitor acaba sendo afetado mentalmente ao ponto de ficar doente e quase morrer, ajudado por seu amigo Vitor após alguns meses recebe uma carta de sua família na qual dizia que seu irmão havia morrido, viajando de volta a sua cidade natal temeroso com a criatura que deixou a solta de forma irresponsável o cientista ao retornar descobre que seu irmão na verdade foi assassinado e que uma mulher da qual cresceu junto a Vitor é a principal suspeita do crime, tomado por um delírio e medo de que fosse o monstro o responsável pela morte Vitor cai em uma espiral de depressão e melancolia que lhe consome até que passeando por um bosque em pleno inverno acaba topando com o monstro que ele criou revelando que esteve ali por meses o perseguindo relatando sua solidão e tristeza confirmando que foi ele mesmo que assassinou o irmão de Vitor que entra em desespero ao saber que o monstro que ele criou foi responsável pela morte do próprio irmão, Vitor fica ainda mais perturbado quando o monstro lhe pede que ele faça uma companheira para ele já que se sentia solitário e sem amigos uma vez que sua aparência grotesca repelia os humanos, Vitor recusa inicialmente mas é persuadido pelo monstro que ao ver seu pedido recusado passa a tomar uma postura mais agressiva ameaçando a família de Vitor caso ele não atendesse seus desejos, Vitor tomado pela tristeza e amargura decide atender a ordem do monstro e se isola em outro país desviando a atenção do monstro para a sua família, no qual em nenhum momento lhes conta a verdade sobre o monstro.

Vitor em outro país inicia seus experimentos para criar uma parceira para o monstro que assassinou seu irmão, em meio a questionamentos o cientista percebe que seria um erro fazer essa companheira e resolve destruí-la atiçando a ira do monstro que em resposta assassina seu amigo e sua esposa terminando com um arco final onde Vitor persegue o monstro em busca de vingança onde falha e termina sendo resgatado por Walton que conecta com o início da história, Vitor enquanto caça o monstro acaba morrendo de velhice, no ato final o monstro aparece e finaliza com um diálogo catártico com Walton que questiona seus atos e suas contradições com o monstro fugindo e finalizando o livro com um fator cármico e trágico histriônico tanto para Vitor quanto para o monstro(frankenstein).

Que tão bom é esse livro? bueno é muito bom! suas mensagens sobre criação de vida, solidão e exclusão são fantásticas e uma bela exploração psicológica mostrando Vitor como um cientista ambicioso e 100% focado no seu trabalho esquecendo aquilo que lhe fazia feliz verdadeiramente, que era sua família. Temos o monstro que revela ter racionalidade, emoções e opiniões, sua tragédia gira em torno de ser ter sido renegado pelo seu criador condenado a viver em um mundo onde todos o evitam, vagando nos bosques solitário e sem ninguém para compartilhar suas tristezas tentando por inúmeras vezes se aproximar dos seres humanos para criar vínculos e uma vez que é tratado com hostilidade retribui com violência mostrando que no fundo é um egoísta e um ser realmente problemático, tudo isso em face de não ter recebido uma educação e atenção de seu pai, dando uma mensagem sobre a importância de uma boa criação, que devemos assumir a responsabilidade pela vida que criamos, que a falta de amor, carinho e disciplina podem corromper um ser.

Também nos ilustra de forma simples como a marginalização de indivíduos pode provocar um sistema de violência e brutalismo mútuo onde o indivíduo marginalizado acaba causando um dano ainda maior para a sociedade simplesmente por não ser aceito por ela. O livro também é uma crítica ao iluminismo e ao cientificismo pré-revolução industrial e sobre os limites e a ética por trás de certos experimentos, sabemos que hoje em dia é possível clonar animais e estamos caminhando para que no futuro o mesmo experimento seja realizado em humanos, quais seriam exatamente os impactos diretos disso em nosso mundo? seria essa criatura feita a partir da ciência um ser dotado de alma, racionalidade, emoções ou simplesmente um repositório vazio e triste? tais questionamentos estão cada vez mais em voga ao passo de que existem governos e empresas empenhadas em desenvolver tecnologias altamente questionáveis e de índole duvidosa, lembrando que esse livro foi escrito antes da revolução industrial e isso pode soar como um problema do livro ao carecer de explicações e detalhes mais elaborados dos processos científicos, não culpo a autora já que era impossível prever ou sequer explicar certas coisas. O final é simplesmente fantástico, o retorno cármico em Vitor é notável ao ver cada um de seus entes queridos serem assassinados pelo monstro que ele mesmo criou e o odiando profundamente mas reconhecendo no final sua responsabilidade por haver criado vida sem nenhum cuidado para com o mesmo, o monstro por sua vez reconhece seus atos atrozes e ao tentar justifica-los acaba sendo confrontado ideologicamente por Walton mostrando que suas ações apesar de entendíveis, não eram justificadas e que ele deveria de pagar pelo sofrimento que gerou não só a Vitor mas toda a sua família.

9/10


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Demon Slayer review

Posted : 2 years, 2 months ago on 7 February 2022 08:05 (A review of Demon Slayer)

Terminei o primeiro arco de Demon Slayer e vi o filme do arco do trem, inicialmente gostaria de mencionar os aspectos meta, Demon slayer se tornou um shounen ultra popular nos últimos anos ao ponto de superar a one piece em números de vendas, virando um fenômeno, possui uma lore e um transfundo interessante e um cenário ambientado no antigo Japão imperial, a série em si conta com valores de produção bastante elevados com uma movimentação fluída em cenas de batalha com cenários e personagens coloridos, os personagens possuem designs interessantes e em geral possuem uma linha grossa que demarca ainda mais as ilustrações, também possui um competente detalhe ilustrativo com iluminação e sombras bem postas nos rostos dos personagens, realmente o desenho se vê bem melhor dessa forma, a trilha sonora está composta por músicas japonesas tradicionais que dão um toque mais fúnebre a atmosfera do anime, tirando isso a abertura realmente não me agradou, é melosa e sinceramente prefiro algo bombástico como as aberturas de attack on Titan, também se pode elogiar por não abusar de recursos como fanservice e sexualização (apesar de ter) e de em geral ser uma história continua que foge dos típicos animes de escola.

Mas fora de aspectos técnicos, o quão bom é a obra em si? Serei direto em dizer que Demon slayer comete muitos erros, erros esses que já se repetiram em outros shounens da mesma natureza, isso é; abusar de plot armor e Power ups, no caso do plot armor, é notório que a série está constantemente salvando o bando principal com conveniências, isso fica evidente com a batalha do demônio aranha com Tanjiro que saca um poder novo justo quando está prestes a ser morto, outro exemplo é zenitsu que convenientemente possui dupla personalidade onde uma delas é super poderosa e é ativada em momentos chaves, entendo que seria anticlimático matar tão cedo personagens que foram introduzidos agora, isso quitaria todo o desenvolvimento que teriam em arcos futuros mas céus, falta criatividade na hora de bolar estratégias em combates, é pura ação e violência que não me impacta pela minha idade e experiência assistindo shounens de luta, simplesmente prefiro algo mais estratégico como fullmetal alchemist ou Jojo que apesar das falhas logra criar um sistema que permite ao autor explorar mais as batalhas em vez de reduzir tudo a lutinhas e socos.

Falando dos personagens, nenhum é realmente bom, Nezuko é uma ferramenta argumental e serve como reforço e plot armor do protagonista que devido a sua natureza selvagem à impede de ser caracterizada como personagem, não possui opinião, desenvolvimento ou sequer falas, Tanjiro como protagonista é algo fraco e sua personalidade justiceira é tão grande que enjoa, é um Jonathan Joestar elevado ao cubo, o que lhe ocorreu não impactou de verdade na sua personalidade, não se tornou mais covarde, mais egoísta ou menos afetado mesmo após presenciar tantas desgraça e sofrimento e Zenitsu é provavelmente o pior personagem, literalmente é definido por gritar e todo o jogo de seu personagem consiste em chistes irritantes sobre como é covarde e para piorar possui dupla personalidade que é ativada quando está em perigo, dupla conveniência, Inosuke por outro lado é mais interessante e seu desenvolvimento se dá pela falta de controle e impulsividade na qual gradualmente supera batalha pós batalha, o restante não ressalta muita pela falta de exploração e caracterização.

Falando dos vilões, todos são malvados, sádicos e brutais porque sim, sem razão para ser e alguns beiram o unidimensional, para piorar a série tenta justifica-los dando um transfundo trágico como se fossem vítimas ou algo assim, algo que condeno pois suaviza a natureza perversa e sádica deles, ignorando todas as mortes, sofrimento e crueldade que cometeram sem nenhuma justificativa, não é como se dependessem de seres humanos para se alimentarem "ah você matou, esquartejou e dilacerou uma dezena de humanos por puro sadismo mas o seu passado trágico justifica" é meloso e alarga a série pela quantidade de flashbacks em momentos de confrontos que cortam o clima, em cima disso descobrimos que o governo não reconhece a existência dos Onis sendo que existem divisões para mata-los, sendo que há Onis até mesmo na cidade, Bueno nenhum vilão me chamou atenção.

Dou ao primeiro arco um 5/10

Avançando para o filme temos a introdução de Rengoku como capitão do grupo principal, temos a introdução de um vilão gay que não possui transfundo e sua morte é tão esquecível que literalmente se resume a ele contando tudo que aconteceu, é sério que os produtores acham que somos imbecis incapazes de notar o que acontece em tela e precisamos ser reiterados a casa segundo sobre o que está acontecendo? Conveniência e má exposição à parte temos também a aparição abrupta de um dos seres mais fortes dos Onis que literalmente surgiu do nada apenas porque o vilão principal foi derrotado facilmente e também porque precisavam de uma luta bombástica para finalizar bem, Rengoku morre e Bueno por mais que o público tenha amado, devo dizer que a sua morte foi bem apressada, Rengoku foi introduzido já no final do arco e no filme morre puramente por um vilão que saiu do nada? Seria melhor se fosse Tomioka no lugar dele já que Tomioka possui uma ligação prévia com o protagonista desde o primeiro episódio, seria mais impactante.

A parte da luta temos também uma exploração psicológica de Tanjiro reencontrando sua família em um sonho onírico no qual sim está bem feito, é bastante comovedor, trágico e sinceramente o melhor ponto do filme, de resto nenhum vilão possui transfundo e o filme termina com um cliff hanger para uma continuação, a animação está fantástica, o cgi é bem notório e sinceramente preferia que houvesse sido desenhado a mão (fala sério, são tentáculos sem forma, coisa bem simples de fazer) a trilha sonora é belíssima e ao contrário do que os mais emocionados dizem, não é um filme fantástico de outro mundo, mas tão pouco é uma decepção e uma merda como alguns posers cults dizem, na verdade é bem decente e gostei da exploração psicológica do protagonista 6/10


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The Longest Day review

Posted : 2 years, 3 months ago on 30 January 2022 05:50 (A review of The Longest Day)

The longest day, ou na tradução, O mais longo dos dias, é um filme dos anos 60 sobre a segunda guerra mundial ambientado nos acontecimentos pré invasão da Normandia, a nível técnico é excepcional até mesmo para o seu tempo, está repleto de cenas de batalhas realistas que não abusam de efeitos especiais, tudo é tão verossímil que algumas cenas parecem cenas reais retiradas dos campos de combate, se vê um esforço monumental nas cenas, os uniformes, os tanques, os lugares, tudo nesse filme é amplamente real e quando digo real isso inclui o mapeamento ideológico do filme, é um filme de guerra americano mas que diferente de outros filmes, não sataniza os inimigos, isso é os nazis, que incrivelmente são retratados como humanos normais em vez de psicopatas que matam gente aleatória porque sim, nos mostra seu lado ao mesmo tempo que não é complacente com nenhuma ideologia nazi, é pura e simplesmente a retratação de um evento histórico.

Historicamente falando, esse é o filme mais preciso que já vi sobre a segunda guerra, mas só ser verossímil não significa muita coisa e correria o risco do filme virar um documentário entediante de 3 horas, nop, o filme está cheio de tensão e tramas que são desenvolvidas ao longo do filme e aí está um aparato interessante desse filme, que retrata as inseguranças de ambos os lados, mostrando uma certa angústia nós dois lados do conflito, algo raro e sinceramente, filmes como esse jamais seriam feitos em tempos modernos de polarização esquerdista. Tem tudo que gosto num filme: tensão, várias tramas que se conectam, vários personagens com diferentes pontos de vista e bons valores, the longest day é um filme que ressalta bastante o senso de patriotismo, de novo, algo impensável nos dias de hoje, ao mesmo tempo que não esconde os horrores da guerra.

Apesar de ter amado, não é um filme perfeito, como disse antes é um filme de várias tramas que se conectam e são muitos personagens, é um filme raro que conta com quase 50 personagens, o que torna difícil se identificar com qualquer um pelo tamanho e diversificação que os mesmos possuem. Ainda sim considero esse um dos melhores, se não o melhor filme de guerra jamais feito 9,5/10


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Trainspotting review

Posted : 2 years, 3 months ago on 16 January 2022 10:45 (A review of Trainspotting)

trainspotting ou sem limites em português, é um desses filmes antidrogas que retratam como esse estilo de vida tão popular pode ser danoso para o ser humano, o que diferencia trainspoting de outros filmes genéricos sobre esse tema é que possui um foco psicológico nos personagens ao invés de ressaltar a cada segundo de forma propagandística como as drogas são ruins e etc. Mas, além da mera crítica esse filme mostra como o hedonismo de uma vida regrada por prazeres pode destruir e afetar não só a vida de quem o pratica mas também a vida das pessoas ao redor, fazendo uma incrível análise psicológica mostrando os efeitos catastróficos do uso de drogas que creio ser algo de conhecimento geral mas que até então foi algo que raramente era abordado em obras de ficção, além de uma advertência esse filme nos dá mensagens cruas e alguns comentários a cerca de como a humanidade está caminhando para uma realidade cyber punk onde as diferenças entre os sexos serão extintas.

A mensagem geral não é uma das mais complexas mas com certeza foi feita da melhor forma possível com uma atuação espetacular, fora dos detalhes de roteiro também está boa a nível técnico como já mencionei a brilhante atuação, também destaco a trilha sonora memorável que tem esse ar nostálgico dos anos 80 e 90.

O maior erro desse filme é sua duração, um filme tão potente em mensagens ser tão curto é quase uma ofensa, quiçá poderia se tivesse 3 horas poderia ser perfeito para aprofundar nos personagens secundários e nos temas do filme, a exploração expressionista e simbólica na mente de um viciado nunca foi tão fascinante. É um dos melhores já feitos sem dúvidas, não é um besteirol sobre super herois ou ação descerebrada e sem sentido para sedar a população e esconder dos jovens os problemas reais do mundo, é sobre um problema real que tomou de conta de nossa sociedade, pesado, psicológico e rico em temas, é quase perfeito se não fosse pela pouca duração.

9/10


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Attack on Titan review

Posted : 2 years, 3 months ago on 15 January 2022 03:25 (A review of Attack on Titan)

Attack on titan, um dos mais populares animes de todos os tempos e não é sem motivo, simplesmente está impecável tecnicamente falando, possui uma produção espetacular com valores artísticos fora do padrão médio das animações orientais, também ganhou popularidade por ser um anime de ação com foco contínuo, diferenciando-se dos animes escolares que se resumem a fanservice e a aventuras episódicas e mundanas, também se diferencia dos shounens medianos tendo como foco uma aventura apocalíptica sem sexualização de personagens ou comédia desnecessária que é acompanhada por uma brilhante e badass ost composta por rock e música militar ao melhor estilo romano, com mapas, tecnologias steampunk e um cenário pessimista e cheio de tensão e em cima de tudo isso, várias lições e ideais de patriotismo e militarismo, facilmente poderia ser o melhor anime de todos os tempos e talvez o meu anime favorito, infelizmente, tudo que mencionei não serviu de absolutamente nada porque toda a magia da série é quebrada em poucos episódios, vamos por partes, começando pelo fator chock, está claro que a série para parecer mais séria e madura, exagera no fator chock atropelando vários acontecimentos e jogando informação ao vento, literalmente o titã colossal aparece no primeiro episódio do nada, sem explicação, simplesmente aparece porque a trama precisava ir rápido de um ponto ao outro. 

Segundo ponto, os personagens, os personagens são arquétipos e nenhum deles é realmente complexo ou tem algo destacável, exceto por Armin, que é entre aspas, o cérebro da equipe e o suposto personagem inteligente, o que não é verdade, ele apenas é o único personagem que age pelo sentido comum e não pela emoção, o restante, Eren, Mikasa, Levi e etc são pedras, Eren deixa de ser um personagem do qual se pode simpatizar para virar uma pedra que só age por violência, Mikasa é uma waifu obsessiva que carece de personalidade e só existe para salvar Eren e ser badass porque sim, o restante dos personagens são arquetipos básicos que parecem estar deslocados da realidade do anime, então devem me perguntar porque exatamente a violência e o impulso dos personagens é algo ruim? bom, para um anime cheio de bugigangas e tecnologias steampunks esperaria algo de estratégia e inteligência, seria genial se a série se passasse em estratégias para matar os titãs, seria um contrastre entre brutalidade e força bruta contra estratégia e inteligência, os debeis humanos contra os brutais titãs, mas nop, a série teve que meter power ups e transformações, magia e bla bla bla, agora Eren pode se transformar em titã e god como isso foi frustrante, antes era um anime sobre apocalipse, desesperança e vingança para um shounen genérico que se resume a lutas rápidas e transformações ao melhor estilo dragon ball.

 Outro aspecto que arruina a série é que possui tensão falsa, sempre quando Eren está a ponto de ser morto plus! ele se transforma, quando está a ponto de ser devorado por um titã plus! ele segura a boca do titã tirando força de não sei onde, quando é devorado por um titã plus! logra escapar e resistir ao ácido gastrico dos titãs, simplesmente a série salva o protagonista porque sim enquanto sacrifica personagens inúteis e sem relevância, se o criador tivesse bolas certamente ele sacrificaria Eren e isso daria uma mensagem foda sobre como a raiva não pode superar a inteligência, mas dane-se a lógica pois esse anime não é sobre aprender coisas mas sim sobre chock, gore e bla bla bla, o que me refiro é que todos os personagens são levados pela trama e não pelas próprias decisões, como disse anteriormente, o titã colossal aparece, destrói tudo e pronto, Eren está a ponto de ser morto e se transforma mostrando como ele especial porque protagonismo e é resumidamente isso, os personagens não tem poder de decisão, as coisas acontecem porque sim e acontecem aleatoriamente, o próprio início da série é aleatório e sei que dizem que as próximas temporadas são sobre política e que isso seria genial por razão nenhuma já que os reis são degenerados e unidimensionais, não me importa, nesse nível podemos dizer que Attack on titan é uma série ruim ou simplesmente medíocre e se trata de um gigantesco material desaproveitado, sendo assim por mais que me doa e por mais que eu tenha adorado esse anime quando mais jovem, não posso dar uma nota maior que 4/10 ao menos para a primeira temporada.











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The Tragedy of Man review

Posted : 2 years, 3 months ago on 14 January 2022 09:37 (A review of The Tragedy of Man)

The tragedy of man, um filme feito no leste europeu que conta a história de Adão, Eva e lúcifer e suas reencarnações em vários períodos da humanidade, inicialmente gostaria de dizer que o trabalho artístico é muito bom contrastando cada período com um estilo de animação diferente, o que da um ar criativo, existe também uma exploração filosófica a respeito de alguns temas interessantes como por exemplo; a escravidão, a morte e as misérias humanas, o que posso estar de acordo com as visões do filme, também pode-se destacar a trilha sonora que é basicamente composta por música clássica e os elogios terminam aí.

Infelizmente, mesmo tendo uma direção criativa e temas filosóficos não é suficiente para que te agrade ou mesmo te mantenha acordado vendo esse filme, é extremamente longo, desnecessariamente longo pois a história não possui tantos arcos de desenvolvimento de personagens, coisa que piora já que possui uma natureza experimental que casualmente detesto e que só serve para fazer as coisas terem um aspecto "cult" e um ar de intelectual mesmo a mensagem sendo um tanto simples e dita natureza também te impede de criar empatia ou laços com os personagens, fazendo com que pareçam distantes, esse filme é simplesmente impossível de assistir sem que sinta sono ou tédio. 5/10




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